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Capítulo I - Memórias Desfalcadas (desfalque: ausente)
- Então - começou Radaks - Tudo nesse universo é feito de... Hmm
- Átomos, mestre? - perguntou o jovem Kyrios.
- Sim, isso mesmo - Radaks fez uma pausa - Eu já havia lhe ensinado isso antes?
- Sim meu mestre... Na verdade já tem uma semana que o senhor vem tentando me repetir isso, porém, essa é a primeira vez que interveio e dou a resposta por ti - Kyrios estava ajoelhado diante de seu mestre com a cabeça abaixada e a mão sobre o peito - Perdoe-me pela intromissão mestre, mas será que o senhor não precisa de férias?
- Cavaleiros não tiram férias, nós temos que lutar para proteger a... A... - Radaks pausou e ergueu a cabeça para as estrelas, em busca de algum conforto - A deusa da terra, você sabe o nome dela.
Parece que as coisas são mais sérias do que temia... Ele já não se recorda o nome daquela que protege, como pode lutar desse jeito?
- Mestre... Talvez seja melhor pararmos por hoje, o senhor parece cansado.
- Parar para que mesmo?
- Para irmos para casa.
- Casa... - Radaks levou a mão até a testa e a esfregou numa tentativa de se recordar o que é uma casa - Não podemos ir para lá, pois, minha casa fica muito longe daqui... Cresci numa casa grande com muitas cerejeiras no quintal e Clhoe, minha irmã, vivia me batendo por que eu era bagunceiro...
- Mestre é melhor irmos, você não parece bem - Kyrios se levantou e conduziu Radaks pelos ombros - Você nunca me falou que tinha uma irmã chamada Clhoe.
- Clhoe? Quem é Clhoe? - respondeu Radaks tropeçando numa pedra.
Estás de zombaria comigo?
- Clhoe é sua irmã.
- Hó sim, Clhoe... Agora me lembro... Ela era tão gentil, eu não queria - Radaks começou gaguejar e seus olhos ficaram úmidos.
Ele está chorando? Esse homem arrogante realmente está derrubando lágrimas? O céu se tornará o mar nesta noite e o mar o céu! Estou treinando com ele a anos e nunca vi ele triste!
Kyrios esta perplexo com a condição atual daquele homem que por anos fora seu mestre e ainda mais, pois, para o jovem, Radaks foi um pai e mãe que ele nunca teve.
Radaks lhe dissera que Kyrios fora abandonado no santuário aos 4 anos de idade e o jovem agora com 21 não se recordava de nada sobre sua vida antes de começar a treinar no santuário.
Radaks também lhe dissera que uma mulher de vestido branco, longos cabelos pretos e caucasiana o abandonara aos choros em meio a outros turistas num dos poucos dias do mês que o santuário estava aberto a visitação.
Se Radaks ao menos soubesse o nome dela...
Os dois homens adentram na residência dos coveiros que se localizava nas montanhas ao lado do caminho entre a casa de Escorpião e Peixes
A casa deles ficava perto de outras residências de cavaleiros, aspirantes á cavaleiros e funcionários do santuário.
Kyrios sentou seu mestre numa das duas camas e lhe serviu um copo de água gelada ao qual seu mestre bebeu parte e deixou o resto cair em sua roupa.
- Mestre...
- Você deve lutar Kyrios... Deve lutar para proteger a honra dos cavaleiros de Serpentários que vieram antes de nós.. - mais lágrimas escorreram do rosto do velho homem - Posso não me lembrar de muitas coisas, porém, ainda me lembro de..
- Não fale mais nada - Num movimento rápido Kyrios perfurou o coração de seu mestre atravessando seu peito com a mão aberta, porém seus dedos estavam juntos, como uma espada - Eu ainda me recordo dos seus ensinamentos, por favor, descanse em paz.
O sangue de Radaks escorria pela parede e Kyrios retirou a mão ensaguentada de dentro do corpo de seu antigo mestre.
Já não havia mais nada para fazer... O Alzheimer já havia lhe retirado a pouca sanidade que tinha
A tradição da armadura amaldiçoada de Serpentário dizia que a esta só poderia ser passada quando o aluno fosse capaz de matar o mestre com as próprias mãos.
A armadura da cobra - aquela que trai aquele que tudo lhe deu - ... Não queria esse destino para mim, por favor, me perdoe mestre Radaks... Você foi um pai que nunca tive e um dia irei perecer do mesmo modo que ti, porém, espero que não seja por alzhaimer.
- Hora de ir me comunicar com o Grande Mestre... O mundo precisa saber que Ophiuchus regressou e está disposto a tomar o posto que lhe é devido.
~Fim do capítulo I~
Capítulo I - Memórias Desfalcadas (desfalque: ausente)
- Então - começou Radaks - Tudo nesse universo é feito de... Hmm
- Átomos, mestre? - perguntou o jovem Kyrios.
- Sim, isso mesmo - Radaks fez uma pausa - Eu já havia lhe ensinado isso antes?
- Sim meu mestre... Na verdade já tem uma semana que o senhor vem tentando me repetir isso, porém, essa é a primeira vez que interveio e dou a resposta por ti - Kyrios estava ajoelhado diante de seu mestre com a cabeça abaixada e a mão sobre o peito - Perdoe-me pela intromissão mestre, mas será que o senhor não precisa de férias?
- Cavaleiros não tiram férias, nós temos que lutar para proteger a... A... - Radaks pausou e ergueu a cabeça para as estrelas, em busca de algum conforto - A deusa da terra, você sabe o nome dela.
Parece que as coisas são mais sérias do que temia... Ele já não se recorda o nome daquela que protege, como pode lutar desse jeito?
- Mestre... Talvez seja melhor pararmos por hoje, o senhor parece cansado.
- Parar para que mesmo?
- Para irmos para casa.
- Casa... - Radaks levou a mão até a testa e a esfregou numa tentativa de se recordar o que é uma casa - Não podemos ir para lá, pois, minha casa fica muito longe daqui... Cresci numa casa grande com muitas cerejeiras no quintal e Clhoe, minha irmã, vivia me batendo por que eu era bagunceiro...
- Mestre é melhor irmos, você não parece bem - Kyrios se levantou e conduziu Radaks pelos ombros - Você nunca me falou que tinha uma irmã chamada Clhoe.
- Clhoe? Quem é Clhoe? - respondeu Radaks tropeçando numa pedra.
Estás de zombaria comigo?
- Clhoe é sua irmã.
- Hó sim, Clhoe... Agora me lembro... Ela era tão gentil, eu não queria - Radaks começou gaguejar e seus olhos ficaram úmidos.
Ele está chorando? Esse homem arrogante realmente está derrubando lágrimas? O céu se tornará o mar nesta noite e o mar o céu! Estou treinando com ele a anos e nunca vi ele triste!
Kyrios esta perplexo com a condição atual daquele homem que por anos fora seu mestre e ainda mais, pois, para o jovem, Radaks foi um pai e mãe que ele nunca teve.
Radaks lhe dissera que Kyrios fora abandonado no santuário aos 4 anos de idade e o jovem agora com 21 não se recordava de nada sobre sua vida antes de começar a treinar no santuário.
Radaks também lhe dissera que uma mulher de vestido branco, longos cabelos pretos e caucasiana o abandonara aos choros em meio a outros turistas num dos poucos dias do mês que o santuário estava aberto a visitação.
Se Radaks ao menos soubesse o nome dela...
Os dois homens adentram na residência dos coveiros que se localizava nas montanhas ao lado do caminho entre a casa de Escorpião e Peixes
A casa deles ficava perto de outras residências de cavaleiros, aspirantes á cavaleiros e funcionários do santuário.
Kyrios sentou seu mestre numa das duas camas e lhe serviu um copo de água gelada ao qual seu mestre bebeu parte e deixou o resto cair em sua roupa.
- Mestre...
- Você deve lutar Kyrios... Deve lutar para proteger a honra dos cavaleiros de Serpentários que vieram antes de nós.. - mais lágrimas escorreram do rosto do velho homem - Posso não me lembrar de muitas coisas, porém, ainda me lembro de..
- Não fale mais nada - Num movimento rápido Kyrios perfurou o coração de seu mestre atravessando seu peito com a mão aberta, porém seus dedos estavam juntos, como uma espada - Eu ainda me recordo dos seus ensinamentos, por favor, descanse em paz.
O sangue de Radaks escorria pela parede e Kyrios retirou a mão ensaguentada de dentro do corpo de seu antigo mestre.
Já não havia mais nada para fazer... O Alzheimer já havia lhe retirado a pouca sanidade que tinha
A tradição da armadura amaldiçoada de Serpentário dizia que a esta só poderia ser passada quando o aluno fosse capaz de matar o mestre com as próprias mãos.
A armadura da cobra - aquela que trai aquele que tudo lhe deu - ... Não queria esse destino para mim, por favor, me perdoe mestre Radaks... Você foi um pai que nunca tive e um dia irei perecer do mesmo modo que ti, porém, espero que não seja por alzhaimer.
- Hora de ir me comunicar com o Grande Mestre... O mundo precisa saber que Ophiuchus regressou e está disposto a tomar o posto que lhe é devido.
~Fim do capítulo I~